terça-feira, 7 de agosto de 2018

Passado e presente do debate sobre a ética do aprimoramento cognitivo no Brasil: Da "Mocidade Pervitínica" à "Geração Ritalina" (capítulo de livro / 2018)

Qual é a contribuição que filósofos brasileiros poderiam dar para a discussão de questões de política pública? Em junho de 2017 diversos pesquisadores brasileiros da área de filosofia se reuniram em Florianópolis para tratar desse tema. O evento foi promovido pelo Departamento de Filosofia da UFSC e contou também com a participação de Roger Crisp, da Universidade de Oxford. O resultado de nossos debates é esse livro, organizado por Darlei Dall'Agnol e outros colegas.

No capítulo que preparamos para essa coletânea, Patrícia Fachin e eu discutimos o debate recente sobre o uso de medicamentos para fins de aprimoramento cognitivo. Muitos jovens, que não apresentam nenhum quadro clínico que exija algum tipo de tratamento, vêm fazendo uso de remédios com o objetivo de se concentrarem melhor nos estudos ou para obter um desempenho melhor em provas e concursos.

Mas diferentemente do que se poderia talvez imaginar, essa prática não é nova no Brasil. Nas décadas de 1950 e 1960 estudantes que se preparavam para o vestibular costumavam recorrer a um estimulante conhecido na época como Pervitin para enfrentar longas horas de estudo. O objetivo deste capítulo é comparar a busca contemporânea por aprimoramento cognitivo com práticas semelhantes em nosso passado recente. 

[ PDF
[ site da editora ]

© Como citar este artigo:
ARAUJO, Marcelo de; FACHIN, Patricia Ribolli. 2018. "Passado e presente do debate sobre a ética do aprimoramento cognitivo no Brasil: Da 'Mocidade pervitínica' à 'Geração Ritalina'". In: Crisp, Roger; Dall'Agnol, Darlei; Savulescu, Julian; Tonetto, Milene (org.). Ética Aplicada e Políticas Públicas. Florianópolis: Editora da UFSC, p.99-118.