Qual é a contribuição que
filósofos brasileiros poderiam dar para a discussão de questões de política
pública? Em junho de 2017 diversos pesquisadores brasileiros da área de
filosofia se reuniram em Florianópolis para tratar desse tema. O evento foi
promovido pelo Departamento de Filosofia da UFSC e contou também com a participação
de Roger Crisp, da Universidade de Oxford. O resultado de nossos debates é esse
livro, organizado por Darlei Dall'Agnol e outros colegas.
No capítulo que preparamos para essa
coletânea, Patrícia Fachin e eu discutimos o debate recente sobre o uso de medicamentos para fins de aprimoramento cognitivo. Muitos jovens, que não apresentam nenhum quadro clínico que exija algum tipo de tratamento, vêm
fazendo uso de remédios com o objetivo de se concentrarem melhor nos
estudos ou para obter um desempenho melhor em provas e concursos.
Mas diferentemente do que se
poderia talvez imaginar, essa prática não é nova no Brasil. Nas décadas de 1950 e 1960
estudantes que se preparavam para o vestibular costumavam recorrer a um
estimulante conhecido na época como Pervitin para enfrentar longas horas de
estudo. O objetivo deste capítulo é comparar a busca contemporânea por aprimoramento
cognitivo com práticas semelhantes em nosso passado recente.
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© Como citar este artigo:
ARAUJO, Marcelo de; FACHIN, Patricia Ribolli. 2018. "Passado e presente do debate sobre a ética do aprimoramento cognitivo no Brasil: Da 'Mocidade pervitínica' à 'Geração Ritalina'". In: Crisp, Roger; Dall'Agnol, Darlei; Savulescu, Julian; Tonetto, Milene (org.). Ética Aplicada e Políticas Públicas. Florianópolis: Editora da UFSC, p.99-118.
© Como citar este artigo:
ARAUJO, Marcelo de; FACHIN, Patricia Ribolli. 2018. "Passado e presente do debate sobre a ética do aprimoramento cognitivo no Brasil: Da 'Mocidade pervitínica' à 'Geração Ritalina'". In: Crisp, Roger; Dall'Agnol, Darlei; Savulescu, Julian; Tonetto, Milene (org.). Ética Aplicada e Políticas Públicas. Florianópolis: Editora da UFSC, p.99-118.