domingo, 10 de dezembro de 2017

Quem precisa de sexo para engravidar? Novas tecnologias vêm ampliando a liberdade que as mulheres têm de tomar decisões importantes sobre suas próprias vidas (2017)


Cada vez mais mulheres, casadas ou não, vêm recorrendo à importação de sêmen humano para fins de reprodução assistida. Mas só há poucos meses foi divulgado o primeiro levantamento sistemático acerca dos números por trás do comércio de sêmen humano no Brasil, e sobre o perfil de seus consumidores. 

Em agosto deste ano a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou um relatório no qual revela que entre 2011 e 2016 houve um aumento de 2.625% na importação de amostras de esperma humano para dar início a gestações em centros de reprodução assistida. O relatório revela também que a busca se concentra na Região Sudeste e que há um predomínio da procura por doadores de sêmen que tenham olhos azuis. 

Mas por que importar sêmen humano? Por que esse número cresceu tanto em tão pouco tempo? Quais são as implicações éticas da constatação de que já podemos, ainda que de modo bastante limitado, delinear o perfil de nossos filhos e filhas antes mesmo de serem concebidos? 

Neste artigo eu tento dar uma resposta a essas questões. Eu tento mostrar que essa prática, longe de ser moralmente problemática, pode até representar uma ampliação do direito que as mulheres têm de tomar decisões importantes sobre suas próprias vidas. Publicado no Estadão.

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© Como citar este artigo: 
ARAUJO, Marcelo de. 2017. "Quem precisa de sexo para engravidar? Novas tecnologias vêm ampliando a liberdade que as mulheres têm de tomar decisões importantes sobre suas próprias vidas". In: Jornal Estadão, 28 de novembro de 2017. (doi: 10.13140/RG.2.2.16279.47523).

Eu retomo esse tema no livro: Novas Tecnologias e Dilemas Éticos