quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O uso de inteligência artificial para a geração automatizada de textos acadêmicos: plágio ou meta-autoria? (2016)

Nem sempre nos damos conta disso, mas existem muitos textos publicados na imprensa de língua inglesa que não foram escritos por jornalistas de verdade, mas por programas de computador. Já existem milhares de livros, vendidos na livraria da Amazon, que não foram escritos por pessoas, mas por algoritmos capazes de compilar textos sobre temas específicos a partir de outros textos disponíveis online. 

Em 2014, a editora Springer constatou que mais de 120 textos, gerados por algoritmos, haviam sido publicados em algumas de suas revistas. Mais recentemente, dois grupos de pesquisadores publicaram suas pesquisas sobre o uso de algoritmos capazes de gerar hipóteses científicas para serem testadas empiricamente. E no início de 2016 um pesquisador do MIT criou um algoritmo capaz de gerar automaticamente discursos políticos a partir da análise dos discursos feitos pelos congressistas americanos. 

Não deve transcorrer muito tempo, portanto, até que o uso de algoritmos para a geração de textos acadêmicos comece a se difundir nas universidades também. 

O objetivo deste artigo é discutir algumas das implicações do uso de inteligência artificial para a produção de textos acadêmicos, especialmente textos de filosofia. Noções como “autoria” e “originalidade”, como sugiro no artigo, terão de ser redefinidas no futuro.

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© Como citar este artigo: 
ARAUJO, Marcelo de. "O uso de inteligência artificial para a geração automatizada de textos acadêmicos: plágio ou meta-autoria?". In: Logeion: Filosofia da Informação, vol. 3, n. 1, 2016, p. p. 89-107.