Este artigo foi publicado originalmente em inglês em coautoria com com Murilo Vilaça. Trecho do artigo:
"Nossa própria pesquisa histórica em arquivos de jornais brasileiros mostrou que houve uma ampla aceitação social de Pervitin (uma anfetamina) para fins de aprimoramento cognitivo no Brasil ao longo das décadas de 1940 e 1950. Os alunos compravam Pervitin na farmácia sem receita médica para se prepararem para a admissão na universidade, especialmente nas faculdades de direito e nas faculdades de engenharia, e depois, uma vez admitidos, para se prepararem para os exames. Não há registro histórico desse período, até onde pudemos rastrear nos arquivos dos jornais, sugerindo que a busca pelo aprimoramento cognitivo por meio do Pervitin era vista como uma forma de trapaça, como passou a ocorrer mais recentemente."
"Ao longo da década de 1960, porém, à medida que os efeitos negativos da anfetamina na saúde mental e física se tornaram aparentes, as atitudes da sociedade em relação ao aprimoramento cognitivo mudaram drasticamente. Em 1963 Pervitin foi legalmente proibido no Brasil. Este foi o momento em que a percepção da sociedade sobre o aprimoramento cognitivo também mudou, pois a droga passou a ser cada vez mais associada, não à vida acadêmica, mas ao vício e à violação das leis."
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© Como citar este artigo:
Araujo, M. de and Vilaça, M. (2022) ‘What Exactly “History Has Taught us”? Enhancing the Socio-Political Perspective in Neuroethics’, AJOB Neuroscience, 13(1), pp. 35–37. doi:10.1080/21507740.2021.2001086.