sábado, 27 de fevereiro de 2016

A ética da edição do genoma humano com CRISPR-Cas9 (2016)

Em janeiro de 2016 eu apresentei na Universidade de Oxford, Inglaterra, um trabalho sobre a moralidade da "edição" do genoma humano. A programação do evento, com o resumo do trabalho que apresentei, está disponível no link abaixo. Mas por que esse é um tema importante?

Em Abril de 2015 cientistas chineses publicaram um artigo em que afirmam ter empregado CRISPR-Cas9, um novo método para edição de genoma, em 86 embriões humanos. Os embriões usados no experimento eram "não viáveis", o que significa que não poderiam se desenvolver e formar um feto. O experimento tinha como objetivo investigar a possibilidade de cura para doenças congênitas tais como beta-thalassemia, Tay-Sachs, fibróses cística, hemofilia, etc. Mais recentemente, uma equipe de cientistas britânicos obteve uma autorização para realizar um experimento semelhante. 

A simples possibilidade de que, no futuro, a edição do genoma humano possa vir a ser usada para gerar um bebê com "super-inteligência", ou outras característica previamente escolhida, já foi suficiente para causar um grande debate entre filósofos, cientistas, e legisladores. 

O que está aqui em questão é a moralidade e a legalidade da edição do genoma humano. Trata-se de um debate importante, mas que não teve ainda muitos reflexos no Brasil. 

[ PDF programação ]
[ site do evento ]

© Como citar este abstract:
ARAUJO, Marcelo de. 2016. "The ethics of editing the human genome with CRISPR-Cas9". In Human Enhancement and the Law: Regulating for the Future, 7-8 January 2016, St Anne's College, University of Oxford, p. 14.

A primeira versão desse texto foi apresentada no "7th International Symposium on Justice", na PUC de Porto Alegre, em novembro de 2015.